quarta-feira, 26 de março de 2008

AMAZONAS

Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo I de Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)
Thiago de Mello

Como filho da terra, falar do Amazonas é antes de tudo um privilégio, no entanto levando em consideração sua dimensão o que se tem a falar não daria para mensurar, além do mais não sou um historiador mas apenas amo minha terra e tenho muito orgulho disto.
Muito se fala do Amazonas, vezes com conhecimento de causa, vezes sem nenhum conhecimento, vezes criticando, vezes defendendo e muitas vezes, perigosamente, com interesses escusos.
A bem pouco tempo, o tempo é algo de certa maneira difícil de mensurar o que anos para alguns pode ser UM longo período, cronologicamente pode não ser quase nada, tínhamos a capital, Manaus, como um porto de lenha. Era uma cidade praticamente esquecida e desconhecida pelo resto do pais.
Veio a Zona Franca, que de “zona” não tem nada e “franca” não é tão franca quanto parece, mas isto fica para falarmos em outra oportunidade.
Fomos descobertos, Manaus passou a ser uma cidade muito visitada, cresceu rápido, os incentivos oferecidos atraíram muitas empresas gerando o grande patrimônio do qual hoje muito nos orgulhamos que é o nosso Polo Industrial carinhosamente chamado de PIM.
Acordaram o gigante adormecido, o estado que antes era somente floresta, passou a chamar a atenção dos grandes centros por seu desenvolvimento, as metrópoles estão se sentindo ameaçadas pela cidade da selva, puro egoísmo pois o Brasil é um só e deve se desenvolver igualitariamente, como vemos em países ditos de primeiro mundo.
O preconceito é grande, ainda hoje temos patrícios que acham que em Manaus tem pessoas andando de tanga, que os deslocamentos são feitos em canoas ou em lombos de animais, isto não é piada. Para que se tenha uma idéia do preconceito que sofremos, quero contar um caso que presenciei: Numa viagem de Manaus para São Paulo, encontrei um grupo de pessoas que tinham vindo a Manaus não sei porque motivo, que faziam comentários grosseiros, primeiro reclamando da temperatura, desconheciam provavelmente o que é um clima tropical, depois comentários indelicados com relação a cidade a qual consideravam sub-desenvolvida por não, segundo eles nada para se ver, bem como com relação ao horário da cidade o qual chamavam de “horário FUNAI hora de índio” visto que estamos a uma hora a menos do horário da Capital Federal. Ouvi calado por um bom tempo todo aquele disparate até que o saco encheu, perguntei a eles porque vieram a Manaus se como diziam era tão ruim, esqueceram de verificar para onde estavam indo? Para não ofende-los chamei-os de desprovidos de inteligência, pois sabia que levariam um tempo para verificar que os estava chamando de burros, e fiz o seguinte comentário em tom de pergunta: Da sua cidade se olharmos para o sul, o que poderemos ver? Não tive resposta, da minha cidade, disse, se olharmos para o norte veremos grandes centros. Com relação ao horário FUNAI, é realmente muito engraçado pois é o mesmo horário de grandes cidades de países desenvolvidos, recomendo aos senhores verificarem o que aconteceu com suas aulas de geografia e lembrar que preconceito é muito feio.
Isto é um pouco do que ainda encontramos, o Amazonas ou melhor a Amazônia é uma terra cobiçada por muitos países, haja visto que o que temos ouvido de comentários de grandes autoridades mundiais com relação a internacionalização da Amazônia, quando chegam ao cúmulo de dizer que este patrimônio não deve ser nosso e sim do mundo. Brigar com estes indivíduos não seria problema, triste é o descaso interno.
“A AMAZÔNIA É DO BRASIL, É PATRIMÔNIO DOS BRASILEIROS”

Um comentário:

Unknown disse...

O momento é oportuno para tal preocupação...Lembro de uma aula sobre ecologia que assisti no Curso Superior de Bombeiro Militar na qual o prof nos mostrou que a lontra comumente só consegue abocanhar o peixe deficiente, não saudável, pois a velocidade e a agilidade do peixe é superior a do predador em questão. Certos colonizadores decidiram matar as lontras para permitir maior quantidade de peixes pescados, e desconheciam essa faceta do equilíbrio ecologico. Quanto mais lontras caçavam, menos peixes habitavam no rio...Claro!. A contaminação por doenças transmissiveis aumentaram e passaram a aumentar também a mortandade de peixes...Destruam as nossas florestas e essa história verídica se repetirá...Equilibrio é vida.O mesmo deve ocorrer com os ursos polares com relação a caça das focas...., e assim por diante...Não se pode assistir passivamente esse processo autofágico, por isso achei oportuna a matéria .